No cantinho obscuro do abandono,
Crianças sofridas, em desamparo,
Se escondem nas sombras, no frio,
Semeando tristeza, num trágico fio.
Em seus olhos, espelha-se a dor,
Marcas profundas de um sofrer sem cor,
Pequenos corações que batem aflitos,
Buscando amor, sem nunca serem ditos.
Nas pálpebras cerradas, sonhos quebrados,
Sorrisos mortos, por lágrimas afogados,
A inocência roubada, violada sem piedade,
Num mundo cruel, sem compaixão, sem verdade.
Silenciadas vozes, gritos abafados,
Nas paredes frias, seus segredos enterrados,
Mas em cada suspiro, uma esperança floresce,
De que haja alguém que as conheça, e as oferece.
Que o tempo transforme sua triste existência,
Em jardim de afeto e liberdade, em sua essência,
Que asas de compaixão as ergam do chão,
E lhes ensine a dançar, com o coração.
Que lhes seja dado o direito de brincar,
De sorrir, de amar, de sonhar,
Que sejam crianças e não tragédias vivas,
Que gritem bem alto suas vidas cativas.
Pois no abraço apertado, no olhar afetuoso,
Na voz que acalenta, nesse mundo desastroso,
Poderão encontrar a cura do sofrimento,
E renascerão em luz, em um novo momento.
Assim, que este poema seja um chamado,
Para lembrarmos das crianças acuadas,
Que sejamos pontes de amor e cuidado,
Para que suas histórias sejam resgatadas.
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